tag:blogger.com,1999:blog-19485686815364193732024-03-14T02:15:45.454-07:00um cantarAna Luizahttp://www.blogger.com/profile/07441242321973667294noreply@blogger.comBlogger14125tag:blogger.com,1999:blog-1948568681536419373.post-71908770839209529692009-11-30T18:10:00.000-08:002010-06-01T09:14:36.545-07:00<span style="font-family:trebuchet ms;color:#330033;"><em>01/11/09<br /><br />Vieste depois do carnaval<br />que era pra não passar, mesmo<br />E o amor não foi fato<br />até hoje<br />é só fantasia<br />que eu visto, insistente<br />em ocasiões que não deveria<br /><br />Eu já me sinto ridícula<br />com tanta pluma na cabeça<br />Dor de quarta-feira de cinzas<br />sempre que há silêncio<br /></em></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><em><span style="color:#330033;">Foi aventura insana demais<br />toda essa poesia.<br />Mas eu não me culpo.<br />A dança era muita<br />o ritmo, frenético<br />e eu estava absolutamente bêbada<br />de desejo.</span><br /><br /></em></span><span style="font-family:trebuchet ms;"><em></em></span>Ana Luizahttp://www.blogger.com/profile/07441242321973667294noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1948568681536419373.post-86340984864387193002009-11-30T17:52:00.000-08:002009-11-30T18:10:20.670-08:00Mulheres imorais<div align="justify"><span style="color:#cc0000;"><span style="font-family:trebuchet ms;">São um fato. Existem.<br /><br />Mulheres... Eu queria saber até que ponto nós temos opção sobre o sentimento que sentimos. E até que ponto o sentimento que atuamos se faz com base no que realmente queremos.<br /><br />O que queremos? Esse tesão que corre pelas veias desestruturando o meio das pernas, essa necessidade de ser amada e cuidada por inteiro... E de se entregar, e de ferver, e de doer se for preciso, contanto que intensamente feminino...<br /><br />O amor é uma conquista? Ou ele é o motor que nos leva a conquistar? Conquistar o quê, exatamente? Que parte de nós mesmas ganha com essa batalha toda? Luta indigna de reconhecimento...<br /><br />A imoralidade, segundo a lógica, parece ser a conseqüência de uma escolha. Conseqüencia que vem no pacote de quem escolhe. Eu queria poder escolher minhas paixões. Mais precisamente <strong>desescolhê-lhas</strong>, quando elas já nem disfarçam e se tornam apenas a ponta de faca pra dar os murros. Quanto mas madura e independente os dias me tornam, mais certa eu estou de que não tenho opção sobre uma série de coisas. Burocracias do mundo, alguns tapas na cara, algumas necessidades do meu peito.<br /><br />Nossos seres femininos de fato optam por arder, ou foi a Paixão que nos escolheu pra ser sede de seus ardores?<br /></span><br /></span></div>Ana Luizahttp://www.blogger.com/profile/07441242321973667294noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1948568681536419373.post-29832118322696104812009-11-30T16:08:00.000-08:002009-11-30T18:06:21.761-08:00Em meio à infinita bagunça das coisas minhas no cantinho meu<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#000066;">05/09/09<br /><br /></span><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="color:#000066;"><em>“Peixe boi, feixe luz<br />Quem foi que fui”</em><br />(Chico César, Feixe)<br /><br />Em meio à infinita bagunça das coisas minhas no cantinho meu, o reflexo que se olha no espelho é assustadoramente meu.<br /><br />A imagem canta, de voz frágil. Levemente machucada pela força dos vai-e-vens da vida – o vento, as temperaturas, os extremos do seco e da água congestionaram os pulmões. Mas o que congestiona mesmo é a fragilidade das segurança s e certezas que o mundo propõe pra gente. O registro, o salário, o contrato. Tudo o que se considera centro de vida cá no mundo se propõe tão rígido, tão sólido... E de um minuto pro outro some, como se fosse água pra evaporar.<br /><br />Não, nada do que há no mundo é nosso, de fato. As certezas que eu dou (pra tantos), em verdade não me convencem. Elas não se convencem, por si mesmas, não se bastam.<br /><br />Os olhos que fugiram do próprio reflexo no espelho estão afundados em olheiras enormes. Marrons. De pouco dormir, de muito fazer. A bagunça do quarto também é reflexo disso. E a emoção que até ontem se encontrava tão organizada, tão apoiada no trabalho que me consumia e me fazia entregar muito mais aos outros do que a mim, permanece cantando. Mas frágil...<br /><br />Nada do mundo é meu, não... Mas a minha voz é quase. Quase que definitivamente minha, de tão “eu”.<br /><br />O reflexo que vi no espelho me assustou porque era de uma menina. Um corpo que permanece delineando cada vez mais curvas, e que eu me orgulho tanto por ter fortalecido, crescido absurdamente, e está-lo lançando (em pleno movimento) à vida... Esse corpo, cuja voz cantava só, entre quatro paredes... Me trouxe a sensação (horripilante, mas que eu não rejeito) de que, no fundo, eu não deixo de ser a mesma menina de sempre. E não pela timidez, que sumiu, junto com a imaturidade. Mas há um lugar de mim que, na essência, ainda quer as mesmas coisas. Embora os sonhos em si, como conceitos, já sejam entendidos de forma diferente, de tanto que estão sendo praticados...<br /><br />Fugi da voz e vim pras letras pra organizar a emoção que se assustou com o tanto de mim que cá está, novamente, na sua eterna sina entre quatro paredes.</span></span><span style="font-family:arial;color:#000066;"><br /></div></span><blockquote></blockquote><blockquote></blockquote><blockquote></blockquote><blockquote></blockquote><blockquote></blockquote><blockquote></blockquote><blockquote></blockquote>Ana Luizahttp://www.blogger.com/profile/07441242321973667294noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1948568681536419373.post-81794326752571392382009-08-23T13:17:00.000-07:002009-08-23T13:18:16.499-07:00<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt; line-height: 150%; color: rgb(51, 51, 51);"><span style="font-family: "Palatino Linotype";">Sim, hoje eu tenho medo do silêncio. Do que ele possa significar, do quanto de mim que ele possa conter. Das impresenças latentes numa pausa, compasso do tempo avesso.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt; line-height: 150%; color: rgb(51, 51, 51);"><span style="font-family: "Palatino Linotype";">Hoje eu preencho o meu tempo com música. Qualquer silêncio precisa de som. Pra que eu não tenha que ouvir meu coração desritmado batendo forte... Porque eu não quero conversar com a minha própria emoção.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt; line-height: 150%; color: rgb(51, 51, 51);"><span style="font-family: "Palatino Linotype";">Marchas alegres ressoam nos cantos, eu canto bem forte pra ninguém. Pra ninguém querer entrar dentro de mim e preencher o vazio por ti deixado.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt; line-height: 150%; color: rgb(51, 51, 51);"><br /><span style="font-family: "Palatino Linotype";"><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt; line-height: 150%; color: rgb(51, 51, 51);" align="right"><i style=""><span style="font-family: "Palatino Linotype";">“Ninguém sabe<span style=""> </span>a dor que eu sinto<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt; line-height: 150%; color: rgb(51, 51, 51);" align="right"><i style=""><span style="font-family: "Palatino Linotype";">Dentro de mim<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt; line-height: 150%; color: rgb(51, 51, 51);" align="right"><i style=""><span style="font-family: "Palatino Linotype";">Ninguém sabe porque eu vivo<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt; line-height: 150%; color: rgb(51, 51, 51);" align="right"><i style=""><span style="font-family: "Palatino Linotype";">Tão triste assim<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt; line-height: 150%; color: rgb(51, 51, 51);" align="right"><i style=""><span style="font-family: "Palatino Linotype";">Se eu fosse realmente<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt; line-height: 150%; color: rgb(51, 51, 51);" align="right"><i style=""><span style="font-family: "Palatino Linotype";">Muito feliz<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt; line-height: 150%; color: rgb(51, 51, 51);" align="right"><i style=""><span style="font-family: "Palatino Linotype";">Não chorava quando canto,<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt; line-height: 150%; color: rgb(51, 51, 51);" align="right"><i style=""><span style="font-family: "Palatino Linotype";">Não cantava para abafar meu pranto<o:p></o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt; line-height: 150%; color: rgb(51, 51, 51);" align="right"><i style=""><span style="font-family: "Palatino Linotype";"><o:p> </o:p></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 35.4pt; line-height: 150%;" align="right"><i style=""><span style="font-family: "Palatino Linotype"; color: rgb(51, 102, 255);"><span style="color: rgb(51, 51, 51);">(Capiba, </span><u style="color: rgb(51, 51, 51);">Serenata suburbana</u><span style="color: rgb(51, 51, 51);">)</span> <o:p></o:p></span></i></p>Ana Luizahttp://www.blogger.com/profile/07441242321973667294noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1948568681536419373.post-71467821170361616612009-04-18T00:03:00.000-07:002009-04-18T00:11:43.661-07:00Sem tato<p> </p><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Me embalo num amor só meu</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">De fazer-se meu</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Só</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">O sentimento</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">meu calor</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">E a sensação</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">minha</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">de afeto ou de dor</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">não tem pra onde</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Sensação de não caber-me no mundo</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">e ter que inventar todo esse mundo</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">secreto</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">inexistente</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">pra existir como mim</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">como eu</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">como só eu </span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">quero</span><br /><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span>Ana Luizahttp://www.blogger.com/profile/07441242321973667294noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1948568681536419373.post-27818670856272241752009-03-22T21:50:00.000-07:002009-03-22T21:55:05.204-07:00<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="color:#3366ff;"><strong>Aurora</strong><br />(a chegada da barra do dia)<br /><br />De repente eu olho pro lado e me assusto. Me assusta o azul da manhã, apenas. Porque lá não estava. Traz medo pra mim a barra do dia. Porque mais uma noite não dormida, e tanto de você em mim, ainda. E sempre. E forte. É tanto amor contido que rasga o peito por dentro. Dói, sangra... Mas não é dor causada por ti. Não, não é tu quem faz, nem tampouco o amor que escolhestes. O amor que te escolheu antes de mim. Quem dói é a noite. Em mim. De quem a culpa é ninguém.</span></span></div><div align="justify"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;color:#3366ff;">Eu tento defesa, meus instintos fazem que vão se transformar em violência pra que eu simplesmente sobreviva... E eu não me permito. Sou guerreira que não dá nenhum golpe. Porque a única inimiga é a barra do dia, que nunca desiste de berrar (pra humanidade!) a sentença da noite que não pode ser maior.<br /></span></div><div align="right"><br /><em><span style="font-family:trebuchet ms;color:#3366ff;">“Porque está amanhecendo?<br />Peço o contrário, ver o sol se pôr<br />Por que está amanhecendo?<br />Se não vou beijar seus lábios quando você se for?”<br />(Nando Reis, Relicário)</span></em></div><div align="justify"><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;color:#3366ff;">Travo dentro de mim uma terrível batalha da noite contra o dia... A turbulenta noite contra o azul, macio e silencioso começo de dia. Uma luta contra o ciclo, que simplesmente vai. Nascendo... Doendo. Sempre, inevitavelmente tão vazio de ti e insuportavelmente lotado de mim.</span></div><div align="right"><br /><br /><em><span style="font-family:trebuchet ms;color:#3366ff;">“Pois se jura, se escojura<br />Se ama e se tortura<br />Se tritura, se atura e se cura<br />A dor na orgia<br />Da luz do dia<br /><br />É só o que eu pedia<br />Um dia pra aplacar<br />Minha agonia<br />Toda a sangria<br />Todo o veneno<br />De um pequeno dia<br /><br />(Chico Buarque, Basta um dia)</span></em> </div>Ana Luizahttp://www.blogger.com/profile/07441242321973667294noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1948568681536419373.post-72905208864523379712009-03-22T21:34:00.000-07:002009-04-04T14:09:28.999-07:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKQVvUQArEMZ-2yhyyF95wiDWCCxY37Q2IqLYjx9RnN-5FMuXtHvJDJTAlITGQ14C9mQCpCx9le1UrBSPb19F_1kB2mDwUGiHhBvRjaGprGwqSqeLBseT2Zfh3LsQwlfBaIu4WSU0rb-Y/s1600-h/Donzela+de+costas.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5320944917026751714" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 214px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKQVvUQArEMZ-2yhyyF95wiDWCCxY37Q2IqLYjx9RnN-5FMuXtHvJDJTAlITGQ14C9mQCpCx9le1UrBSPb19F_1kB2mDwUGiHhBvRjaGprGwqSqeLBseT2Zfh3LsQwlfBaIu4WSU0rb-Y/s320/Donzela+de+costas.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#006600;">Vaga-lumes nada vagam em mim. São precisos. Preciosos. Só de vê-los eu vou direto ao centro do peito, direto ao amor primeiro. O amor maior, da noite maior que ainda está por vir. </span><br /></div><div align="justify"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;color:#006600;">Vaga-lumes e estrelas. Noite plena. E solitária. A beleza do escuro me leva ao palco. Olhar no palco, corpo atento na platéia. Mente no fundo dos seres... A pouca luz no centro memória. De noites belas que não foram minhas, mas belas pude sabê-las. Da dança alheia que me envolve tanto. Tão sutil e generosa. Precisa. Traz ternura inteira em mim. </span><br /></div><div align="justify"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;color:#006600;">Saudade muito forte. De quem eu amo, do que nem sei. Saudade de uma história que eu ainda não vivi. Vontade dos contos belos que eu ainda não escrevi. Memória intensa das cenas que me tocaram tão amplamente... Da peça que tem permeado tanto os meus textos ultimamente. Peça de um quebra-cabeças previamente existente... Esse palco (de sempre) dessa vez (ainda mais do que sempre) me levou pra um lugar de mim que me faz inteira. Me completa. Donzela nos gestos, guerreira latente. Amante em pausa, em espera. Só imagens, e sons, e versos. Só eu. Só. Repleta. De noite... </span></div><div align="justify"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;color:#006600;">Noite grande, mas não maior do que o que cabe em mim. Noite rara. Porque essa, em verdade, eu nem anseio fazer maior. Paz. Basta. Bastam esses segundos, essas imagens. Essas presenças no peito, essa solidão no fato – embaixo da lua, diante do vento. E cá, com meu centro, meus mestres na estrada. De pés tão distantes, no céu tão presentes... De luzes viventes, no peito, saudades. </span></div><div align="justify"><br /><span style="font-family:trebuchet ms;color:#006600;">Noite serena, noite de pausa. Noite pra se dormir, diferente de tantas outras. Não que não exista o álcool... E os anseios (pré-existentes). Mas o mar e o sol, no dia, foram mais fortes que a poesia da noite. No dia, areia suficiente pra não deixar nada esfarelar de noite. E a poesia da noite não foi sem fato.</span></div><br /><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;color:#006600;">Hoje eu me basto em mim...</span></div><div align="justify"><span style="font-family:Trebuchet MS;color:#006600;">_ _ _</span></div><br /><div align="center"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;"><em><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;color:#336666;"><em>[Esse texto eu escrevi em janeiro desse ano, no litoral, numa madrugada quente e deliciosa, em que me foi permitido acessar o céu<br />sem telhados nem nuvens, e com estrelas. E as negras árvores da montanha ao<br />fundo tinham luzinhas verdinhas piscantes...<br />"A noite estava maior". Portanto,<br />a ela eu me entregava. Não queria detê-la, como a tantas outras. Mas quis<br />apreender sua poesia (como sempre, como tantas outras). Principalmente porque<br />aquele escuro iluminado me remeteu ao "Donzela Guerreira", a peça de<br />dança-teatro dos meus queridíssimos mestres Juliana Pardo e Alício Amaral.<br />O<br />texto é uma reflexão pra mim. A publicação acaba virando uma homenagem a eles.<br />Assim espero...]</em></span></div></em></span><br /><div align="justify"></div>Ana Luizahttp://www.blogger.com/profile/07441242321973667294noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1948568681536419373.post-85271000013822763682009-02-27T23:00:00.000-08:002010-06-01T09:13:40.438-07:00<em><span style="color:#990000;">Rosas saindo de sopros de mim<br />Vermelhas<br />ardentes<br />cadentes crianças<br />brincando de vida onde não devem<br /><br />Ainda a ternura brotando de ti<br />no meu ser<br />carente<br />Invento presença<br />do amor, colorido, num corpo vazio<br /><br />A vista embaça<br />a vida embaça<br />o corpo enrubesce<br /><br />Quereres intensos<br />de sempre<br />no peito presentes<br />alheios<br />ao real sem ti<br />Real impossível<br /><br />Impossível<br />de alguma forma<br />não te trazer em mim<br />todos os dias<br /></span></em>Ana Luizahttp://www.blogger.com/profile/07441242321973667294noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1948568681536419373.post-57026125613915052722009-01-17T20:18:00.000-08:002009-01-17T20:21:06.144-08:00Tudo<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">Vontade de escrever, contar histórias. Vivê-las, vontade de fazê-las. Vontade de pôr em versos o humano, por completo. Repleto, em si, de sensações e quereres... Como a mim, como a tantos... Como a todos. Aos seres.<br /></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Vontade de que as letras brotem vida, sempre. E que elas jorrem, tantas... Escrever a cada noite. Todo o dia, todo o verbo possível. Pra gerar, e descrever, inventar e compartilhar beleza – em forma de ternura, ou de dor, ou de fato. Trazer pro papel pra tornar fato o que tenho ou o que almejo. O que sou, o que vejo. Quem eu sei que são, o que sinto, quem eu sinto e o que não sei.<br /></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Vontade de beber a vida. “Fazer a noite maior”. Ter nas mãos todos os astros, todo o brilho... Seja em casa, em palco, em rua. A brancura de toda a lua, e cada flor pra deslumbrar-me.<br /></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Respirar completamente... Cata-vento, cata-versos. Vontade de som, de movimento. De beber deslumbramento, de colher aprendizado. Preencher os dias com tudo o que couber de vida. Vento correndo por toda a saída.<br /></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Pra mim ou pra quem queira: vontade de deixar na beira da canção, de cada fato, um universo girando em átomos de amor e de brincadeira.</span><br /></div><div align="right"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">novembro / 2008</span></div>Ana Luizahttp://www.blogger.com/profile/07441242321973667294noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1948568681536419373.post-58594566215957120482009-01-16T21:17:00.000-08:002009-01-17T20:22:19.935-08:00Sobre mim (creio eu...)<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;">São sons que guiam as sensações vibrantes da madrugada. De uma insônia sempre sem vergonha, sem motivo... De uma ânsia por cantar que é quase tão fatal quanto um soneto.<br /><br />São termos usados como desabafo, usados pra definir afetos intensos... Paixões fraternas que cultivo e re-invento diariamente, tão incessante quanto se busca água quando a boca sente sede.<br /><br />É sede. Sempre. De arte, de afeto, de cor, de poesia... Sede que só sacia com um dançar. Com um movimento que expresse, que brilhe, que soe o mais intenso e pleno quanto possível... E que assim esgote, consuma toda a energia que se espalha bela e vadia, infalivelmente pulsante e colorida pelas madrugadas fechadas, quarto adentro.</span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;"></span></div><div align="right"><em><span style="font-family:trebuchet ms;">(julho de 2008)</span></em></div>Ana Luizahttp://www.blogger.com/profile/07441242321973667294noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1948568681536419373.post-40283352369365626702009-01-16T19:47:00.000-08:002009-01-16T21:30:00.863-08:00Sobre o meu porto-seguro poético<div align="justify"><span style="font-family:times new roman;"><em>(uma das coisas que mais gosto de fazer com as minhas letras é escrever sobre as pessoas que me cercam. Descrevê-las... Uma homenagem, uma ode, um presente - entendam como quiser. São amores, é beleza. É vida, portanto: poesia.</em></span><br /><em><span style="font-family:Times New Roman;"></span></em><br /><em><span style="font-family:Times New Roman;">Elas vão aparecer aos pouquinhos, por aqui, as pessoas... Por hora fica uma homenagem à <strong>Pri</strong>, meu porto seguro poético (desde sempre até hoje). Aquela pra quem eu corro, ainda, quando os versos escritos me causam crises e inseguranças, e que responde às minhas bobagens (sempre) com urgência. Talvez o refúgio mais antigo que ainda permanece.</span></em><br /><strong><span style="font-family:Times New Roman;"></span></strong><br /></div><div align="left"><span style="font-family:times new roman;"><strong>Priste transparente</strong><br /><br />Talvez eu ainda te invente cinza<br />porque o preto consegue absorver<br />ainda<br />todas as suas 7 cores.<br />E, em meio a esse oculto de raios infindos<br />Eu consigo absorver<br />poucos, e todos, e lindos<br />reflexos de cores<br />(ou dores? Amores!)<br /><br />Não se sabe se é você<br />a fonte.<br />Pois penso às vezes que somente eu<br />enxergo.<br /><br />Mas é certo que tua cor permanece sendo um mistério<br />Porque penso enquanto eu pinto<br />e penso<br />E lanço em meio à cor da tinta<br />um bom senso<br />E tento, como eu tento<br />e penso<br />Pra captar, quase sempre,<br />a tensa conclusão<br />de que teu pincel não faz questão<br />de ter cor alguma...</span></div><div align="left"><span style="font-family:Times New Roman;font-size:130%;"></span></div><div align="right"><span style="font-family:Times New Roman;"><em>(março de 2003)</em></span></div>Ana Luizahttp://www.blogger.com/profile/07441242321973667294noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1948568681536419373.post-44120069673570819412009-01-16T19:41:00.000-08:002009-01-16T21:30:19.890-08:00(Homenagem a outros tempos...)<strong>Sumário<br /></strong><br />Sinto certo<br />que o tudo<br />que foi dito<br />ficou mudo<br /><br />E o que havia então, ainda<br />de sombra de passado<br />virou vazio sereno<br />de sonho, de esperança<br />como um suspiro de lábio que dança<br />e lança som ao brilho<br />de um infinito em olho teu<br /><br />Vazio por ver, ser<br />que nada a sós falta<br />que não vê mais o que não tinha<br />que não mais gira<br />só caminha<br />sorrindo<br />só sente, sopra e sonha<br />cintilante, ao fundo<br />o sussurro querido<br />do silêncio de uma nota qualquer...<br /><br />E, se puro<br />é pelo tudo que sabes<br />que sempre<br />sua<br /><br /><br /><div align="right"><em>~ ~ ~ ~ ~ (esse poema foi escrito em agosto de 2003) ~ ~ ~ ~ ~</em></div><div align="right"><em></em></div><div align="right"><em></em></div><div align="right">PS: E, se a tempos não via esse olhar</div><div align="right">é, certamente, porque não via mais nada</div><div align="right">cega e certa</div><div align="right">somando carícias</div><div align="right">a desejos ancestrais</div>Ana Luizahttp://www.blogger.com/profile/07441242321973667294noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1948568681536419373.post-38578314733634700802009-01-09T19:52:00.000-08:002009-01-16T21:24:11.979-08:00Explicações (sobre o blog)<div align="justify"><em>Tenho enrolado, de ano em ano, a existência desse blog. Embora a necessidade de compartilhar meus textos só crescesse, tinha um não sei o quê que me fazia empurrar com a </em><em>barriga. E dá-lhe texto saindo. E dá-lhe caderno crescendo, e arquivo acumulado no Word.</em><br /><em></em><br /><em>Depois de mais de um ano, enfim, resolvi retomar o tal blog que eu fiz (e detestei). Meu olhar anda outro, não vi mais problema.</em><br /><em></em><br /><em>E estava "lá" (aqui) o textinho abaixo. Postado. Isolado. Desconhecido e despretensioso. Como experimento, nem era pra ficar. Foi apenas um texto que fiz pra conseguir dormir, apenas um sonífero. Mas ele residiu secretamente nessa página por tanto tempo... Deixarei que aqui esteja, mesmo que me pareça bobo (porque afastado no tempo). Cara de começo, coitado... Merece. </em></div>Ana Luizahttp://www.blogger.com/profile/07441242321973667294noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1948568681536419373.post-38321260982038191372007-12-21T08:10:00.000-08:002009-01-16T21:31:01.816-08:00Primeiro texto criado no PC > 15/03/07_às 00:27hs<div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Sempre gostei do cheiro gelado da noite. Suave, reconfortante se sentido de dentro de casa.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Estou tentando pela primeira vez escrever (criar um texto) diretamente no computador. Um texto como esse, emocional... Uma conversa franca com o papel (oras, papel! É nítido que preciso me adaptar ao novo recurso...).<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Textos “dissertativos” nos moldes acadêmicos ou textos com funções específicas sugeridas (respostas a cartas de alguém, explicações ou justificativas que circulem via internet) eu já escrevi vários. Mas nunca assim, pra mim, estar na frente do tecladinho. Para desabafar. Ou pensar sobre algo... Me encontrar, procurar algo não revelado em meio à assuntos outros.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;"></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Sinto que prefiro imensamente o lápis. A posição horizontal do texto. Menos brilho e mais curvas, cheiro de papel... O “tec-tec” do teclado me inibe, convida a escrever algo frio, racional... O resultado está saindo péssimo, um desconexo e desinteressante amontoado de frases sem rumo.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Voltar para o assunto inicial faz-se necessidade urgente – pobre frase primeira, deslocada em meio a esse assunto... E a pobrezinha era potencialmente tão mais fértil do que esses três parágrafos perdidos...<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">O cheiro frio da noite... Enfim uma noite fria! São inúmeras as razões que me levam a preferir o calor – alergia mais branda, tensão muscular mais controlada, pés livres, manhãs encorajadoras, dias mais claros (ou mais dias claros), mais céu azul, banhos e roupas que não machucam a pele (prefiro a infinidade de pernilongos ao sufocamento das roupas de inverno), sorvetes e açaí, menos choques térmicos, menos ameaças de dores de garganta (portanto, o tão necessário “cantar” livre de perigos)... Poderia escrever um livro só com esse tema – como aquele “1001 motivos para gostar do Brasil” que, de início me pareceu bastante ridículo, mas foi um dos mais interessantes achados em meio a tantas bobagens que tem povoado as prateleiras de livrarias recentemente... Mas dessa vez as altas temperaturas foram tão assustadoras que até eu cedi aos apelos por dias frios.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Não que eu não goste das noites quentes, mas essa deliciosa sensação geladinha ao abrir a janela me convidou a escrever. Registrar esse momento, esse gosto. Poder lê-lo num outro momento (talvez quente) e relembrar essa sensação pode vir a ser deveras gratificante (cinicamente ou não, estou usando termos de frieza acadêmica... Inevitável pensar assim aqui...).<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Bom, o importante é que o sono se fez presente. Graças a Deus – e à Georgina, a abençoada terapeuta que me recomendou esse (entre outros) criativos soníferos.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">É necessário algum tempo longe de um texto para poder julgá-lo ao relê-lo, mas me arrisco a classificar esse aqui como “péssimo”. Uma mal-sucedida primeira experiência.<br /></span></div><div align="justify"><span style="font-family:trebuchet ms;font-size:85%;">Bom, se não imperfeita, não primeira. E, se útil, não lixo...</span></div>Ana Luizahttp://www.blogger.com/profile/07441242321973667294noreply@blogger.com1